






Intérprete da Odete Roitman da primeira versão da novela "Vale Tudo", Beatriz Segall se envolveu em polêmica política em 2002 durante a campanha das eleições presidenciais. Na época, Regina Duarte, que dali a alguns anos assumiria cargo na gestão Jair Bolsonaro, afirmou ao fazer campanha para José Serra (PSDB) que tinha medo de um futuro governo Lula. E Beatriz fez coro com a colega de profissão ao também participar da propaganda política do ex-ministro da Saúde, responsável pela aprovação da lei dos medicamentos genéricos.
Por outro lado, Paloma Duarte, filha de Débora Duarte e neta de Lima Duarte, foi vista na propaganda do PT. Quatro anos depois, já com Lula na Presidência e enfrentando uma crise, Beatriz alfinetou a colega de profissão e de emissora - ambas eram contratadas da Record. "Nós tínhamos razão, né? Espero que a Paloma tenha aprendido alguma coisa e tome mais cuidado da próxima vez", disparou em abril de 2006 para a extinta revista "Isto É Gente".
Vítima de duas graves quedas em um período de dois anos e falecida em 2018, a veterana se mostrou indignada. "O que esse governo tem mentido, tem rido do povo brasileiro, tem baixado o nível ético e sobretudo o nível cultural, é muito grave. Está na hora de levantarmos a cabeça e dizer que não queremos mais isso", completou meses antes de Luis Inácio ser reeleito para um segundo mandato.
+ as maldades que Odete Roitman deve cometer em 'Vale Tudo'
Ainda na entrevista, Beatriz, cujo marido foi preso na Ditadura, negou que tenha tido até então contato com Paloma Duarte. "Não tenho nada contra essa menina, mas ela fez uma bobagem. Não quero brigar com ela. Se eu a encontrar amanhã, cumprimento, dou beijinho. Ela nunca me fez nada. Fez ao País", afirmou a ex-professora de línguas e que segundo ela mesma, causava medo nos alunos.
"Só tive críticas de amigos petistas, que me telefonaram e que agora não tocam mais no assunto. Tenho pena deles, então não pergunto: 'Lembra de 2002?'", reforçou Beatriz, cutucando também a atuação de Gilberto Gil no Ministério da Cultura: Ele está ministrando? Só o vejo cantando".
Para a revista, Beatriz se classificou como "anti-PT", porém ressaltou que em 1988 fez a ponte-aérea RJ-SP para votar em Luiza Erundina nas eleições para a prefeitura da capital paulista. "Era (opção palatável). A gente ainda acreditava piamente na seriedade do PT, na honestidade dos seus membros. E, sobretudo, a Erundina tinha que afastar o Maluf", justificou.
"(A decepção com o PT veio) Quando o partido entrou claramente em uma oposição maldosa, raivosa e sem nenhuma preocupação com as necessidades do Brasil, voltada para as vantagens pessoais. Foi assim que eles construíram esse PT que está aí, o que já estava bastante evidente na campanha de 2002. Por isso eu disse que tinha medo. Nem preciso explicar: a prepotência do Dirceu, o messianismo... e eu detesto quando as pessoas falam mal o português publicamente!", finalizou.