





O "MasterChef Brasil" desta terça-feira (3) contará com uma presença polêmica: Alê Costa, fundador e CEO da Cacau Show. O empresário, rosto conhecido dos fãs do reality por estar presente em diversas temporadas, surge agora no centro de um escândalo trabalhista que colocou em xeque sua imagem e os valores da gigante do chocolate.
Mesmo envolvido em uma série de denúncias graves, Alê será responsável por orientar os participantes na primeira prova em equipe da nova temporada, ao lado dos jurados Erick Jacquin, Helena Rizzo e Henrique Fogaça. A exibição acontece no mesmo momento em que o nome do chocolatier circula com intensidade nas redes sociais – mas não por motivos doces...
A crise explodiu após uma série de denúncias reveladas pela coluna Dinheiro & Negócios, do portal Metrópoles, que trazem relatos de funcionários, ex-funcionários e franqueados da Cacau Show. Entre as acusações mais graves, estão práticas de assédio moral, proibição de gravidez entre colaboradoras, homofobia, gordofobia e constrangimentos públicos no ambiente de trabalho.
Um dos episódios que mais repercutiu envolve o chamado “Ritual do Cacau”, descrito como um encontro corporativo com aparência de culto. Segundo os denunciantes, os participantes eram incentivados a tatuar a palavra “atitude”, mesma inscrição que Alê Costa carrega no corpo. A prática, que teria contornos místicos e simbólicos, foi apontada como obrigatória em alguns casos. A empresa negou tudo.
Diante da gravidade das acusações, o Ministério Público do Trabalho (MPT) em São Paulo abriu um inquérito para investigar a conduta de Alê Costa e o ambiente organizacional da empresa. A apuração busca esclarecer possíveis violações aos direitos humanos e trabalhistas.
As denúncias não se limitam aos colaboradores internos. Franqueados também relataram abusos e imposições por parte da liderança da empresa, que hoje conta com quase 5 mil lojas e mais de 22 mil pessoas em seu ecossistema.
Em resposta, a Cacau Show publicou uma nota oficial nas redes sociais na segunda-feira (2), classificando as denúncias como “inverídicas” e “ataques injustos à nossa história”. A empresa afirmou que o “ritual do cacau” é, na verdade, uma vivência sensorial com líquor de cacau (não alcoólico), oferecida como experiência cultural e gastronômica, inclusive nos hotéis da marca.
A nota também defende que a oração do “Pai Nosso”, supostamente realizada em eventos corporativos, seria uma prática voluntária e respeitosa, e nega qualquer imposição religiosa ou cultural aos colaboradores.
Em um comunicado enviado aos colaboradores, Alê Costa refutou todas as acusações. O empresário pediu que os funcionários “não se deixem levar por boatos” e reforçou os valores da empresa, que, segundo ele, são pautados por respeito, ética, coragem e compromisso.
“Seguimos firmes, com seriedade e verdade no coração. Sabemos quem somos, o que fazemos e o impacto transformador do nosso trabalho”, escreveu Alê no texto interno.