






Quem assiste a realities como "MasterChef Brasil" ou "Casamento às Cegas" provavelmente já se perguntou como funcionam os famosos depoimentos — aqueles momentos em que os participantes, aparentemente no calor da emoção, comentam situações que acabaram de acontecer. Mas, segundo revelou um ex-participante do "MasterChef", o processo é bem diferente do que o público imagina... e envolve mais atuação do que se pensa.
No TikTok, a criadora de conteúdo "Fala Laly" viralizou ao compartilhar detalhes revelados por Antônio Soares, que participou do "MasterChef Brasil" em 2021. A tiktoker contou que descobriu os bastidores ao ouvir o cozinheiro em uma entrevista para o podcast "Desdobro", publicada em 2023.
Na conversa, Antônio desmonta a ideia de que os depoimentos são gravados logo após os acontecimentos. “Você tá cozinhando, sai, grava... não. Tem gente que pensa que é assim”, contou ele, entre risos. A estrutura é bem mais planejada e cansativa.
Segundo ele, o dia de gravação começa cedo: os participantes chegam à sede da Band por volta das 7h30 da manhã e só saem de lá após as 18h. Depois disso, ainda precisam gravar os depoimentos, muitas vezes só retornando ao alojamento por volta das 22h, para acordar novamente às 5h no dia seguinte.
O detalhe que mais chama atenção é a forma como os relatos são conduzidos. Tudo já aconteceu quando os participantes sentam para dar as entrevistas. Mesmo assim, são orientados a falar como se estivessem vivendo aquela situação naquele exato momento. “A parada é você falar no presente. A gente sempre é orientado. Eu 'estava'... Aí a produção diz: ‘Eu estou’”, explicou Antônio.
Essa orientação ajuda a criar a ilusão de que o participante está comentando em tempo real, reforçando o dinamismo da narrativa e mantendo o envolvimento do público.
Outro detalhe curioso é que os participantes não assistem às imagens do que aconteceu para relembrar os acontecimentos. A produção acompanha tudo nos bastidores, anota os principais momentos e, na hora dos depoimentos, apenas descreve as cenas e faz perguntas guiadas. “Eles não mostram imagens, nada não. Eles só dizem”, relatou o ex-MasterChef.
O cenário dos depoimentos também é sempre o mesmo, e os participantes vão propositalmente bem arrumados, já sabendo que serão convocados para gravar suas falas. Tudo isso reforça a estética e a continuidade que o público vê na tela — sem imaginar o esforço físico e emocional que rola por trás das câmeras.
A revelação de Antônio Soares mostra que, nos realities, o “real” é cuidadosamente editado. E, se depender da produção, os sentimentos podem até ser autênticos, mas a forma de contá-los exige técnica, resistência... e um certo talento para atuar no tempo verbal!