





Silvio Ferreira das Neves, pai de Ana Luiza, adolescente de 17 anos que morreu envenenada há uma semana, na Grande São Paulo, ainda tenta entender o que motivou uma outra jovem - até então amiga de Ana Luiza -, a cometer o crime.
“Eu não acreditei [quando soube quem era a autora do envenenamento]. Achei que fosse outra pessoa. Ela vinha pra cá, comia, dormia, usava as maquiagens das minhas filhas”, lamentou, ainda incrédulo, em entrevista ao "Fantástico" deste domingo (08).
Segundo Silvio, a jovem estava em sua casa quando Ana Luiza começou a passar mal após comer um bolo envenenado. “Me abraçou e falou: ‘Tio, vai ficar tudo bem’. Ela é fria. Cruel”, desabafou.
O bolo foi comprado pela jovem em uma doceria e posteriormente envenenado com trióxido de arsênio, que apesar da sua letalidade, segue sendo vendido sem restrições no Brasil. Entregue a Ana Luiza por um motoboy e acompanhado de um bilhete anônimo, o doce deixou a jovem confusa.
Em áudios e até um vídeo enviados a amigos, Ana Luiza se mostra feliz com o 'presente' e confusa sobre a autoria do que ela considerou ser um mimo. "Mandaram isso aqui. Muito fofinho, só que eu não sei quem foi. Não tem nada falando de quem foi", disse, nas imagens, antes de comer a guloseima.
No áudio, Ana Luiza ainda avisa: "Eu quero agradecer a quem me mandou isso". E brinca, sem desconfiar que isso, de fato, aconteceria: "Eu estou comendo, gente. Se eu morrer envenenada vocês já sabem".
Segundo o pai da menina, cerca de 10 minutos depois ela começou a passar mal. Levada ao hospital, foi tratada como se tivesse com uma infecção alimentar e liberada pelos médicos. No dia seguinte, ao passar mal novamente em casa, não resistiu.
A jovem que envenenou Ana Luiza afirmou ter feito isso por ciúmes, mas garantiu que não imaginava que poderia matar a 'amiga'. Também com 17 anos, a menina afirmou estar passando por problemas psicológicos e se disse "arrependida", "absolutamente chocada", "com muita vergonha e peso na consciência" pelo que fez.