






O escritor e dramaturgo Marcelo Rubens Paiva, de 65 anos, desativou nesta semana seu perfil na plataforma X (antigo Twitter), após uma série de publicações antigas voltarem à tona e viralizarem nas redes sociais. Os tweets, escritos em tom informal e provocativo, abordavam temas como sexualidade, cultura pop e celebridades brasileiras — incluindo nomes como Gloria Pires, Cleo Pires, Dilma Rousseff e Mara Maravilha.
A repercussão coincide com o auge do sucesso do filme “Ainda Estou Aqui”, estrelado por Fernanda Torres e baseado em seu livro homônimo, que recentemente venceu o Oscar de Melhor Filme Internacional. A notoriedade do longa trouxe de volta ao centro das atenções o autor da obra original — mas desta vez, por motivos que ultrapassam o campo artístico.
Entre os tweets resgatados por internautas, um em especial chamou atenção:
“Gloria Pires está muito sexy e charmosa nesta novela. Uma gostosa… Puxou a filha”, escreveu Paiva em uma publicação que rapidamente se espalhou pelo X. Outra mensagem, desta vez referindo-se a Cleo, dizia:
“Se a Cleo Pires tuíta que acabou de publicar uma foto, passa a ser uma ordem ver”.
As mensagens geraram debates acalorados sobre limites da liberdade de expressão, a linha tênue entre humor e objetificação, e o impacto de postagens antigas na reputação de figuras públicas. Algumas publicações também citavam nomes como Mara Maravilha e a ex-presidente Dilma Rousseff, sempre com um tom entre o irônico e o provocador.
Diante da crescente repercussão — e do nome do autor chegando aos trending topics —, Marcelo Rubens Paiva optou por desativar sua conta na rede social, encerrando temporariamente sua presença digital. Até o momento, ele não se manifestou oficialmente sobre a polêmica, tampouco sua assessoria comentou o episódio.
Além das postagens sobre personalidades conhecidas, também vieram à tona tweets de Marcelo sobre temas variados como pornografia, saúde sexual e a exposição midiática de vazamentos íntimos. Um dos resgates incluía observações sobre a Virada Porn, evento alternativo em São Paulo, em tom que misturava crítica social e ironia.
Apesar do episódio nas redes, a carreira literária de Paiva segue em evidência. Além do sucesso de “Ainda Estou Aqui” nos cinemas e premiações, o autor se prepara para lançar em abril a continuação autobiográfica da obra, ampliando o impacto de sua trajetória como uma das vozes mais originais da literatura brasileira contemporânea.
A controvérsia abre espaço para debates importantes sobre o peso das redes sociais na vida pública, a memória digital e os desafios de lidar com legados múltiplos — entre o gênio literário e o homem que, como qualquer outro, já publicou o que talvez preferisse esquecer.