






O governo dos Estados Unidos, sob a gestão de Donald Trump, está analisando uma proposta nada convencional: um reality show no qual imigrantes competiriam entre si pela cidadania americana. A ideia, que mistura entretenimento com um dos processos mais burocráticos da vida nos EUA, já está gerando polêmica antes mesmo de sair do papel, claro. Imaginem que estranho!?
Segundo revelou o The Washington Post, a proposta foi entregue ao Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS), órgão responsável pelas políticas de imigração do país. A porta-voz do DHS, Tricia McLaughlin, confirmou que o projeto está em análise inicial e ainda não recebeu aprovação ou rejeição formal.
Idealizado pelo roteirista e produtor canadense Rob Worsoff — conhecido por trabalhos como "Duck Dynasty (A&E)" e "Millionaire Matchmaker (Bravo)" —, o programa seria chamado "The American". Quanta criatividade. A competição reuniria 12 imigrantes em uma jornada por diversos pontos históricos e culturais dos Estados Unidos, onde enfrentariam desafios típicos da identidade americana.
De acordo com o jornal britânico Daily Mail, os participantes chegariam de barco à simbólica Ilha Ellis, em Nova York, repetindo o caminho de milhões de imigrantes que entraram nos EUA por ali no século XIX. Em seguida, viajariam pelo país em um trem chamado The American (mesmo nome do reality), passando por estados como Califórnia, Michigan e Wisconsin.
Durante essa viagem, os competidores seriam testados com provas como garimpar ouro em San Francisco, montar o chassi de um Ford Modelo T em Detroit e disputar competições de corte de troncos em Wisconsin, todas atividades com forte apelo simbólico na construção da identidade americana.
Cada episódio incluiria um “desafio de herança”, um “desafio de eliminação”, uma “reunião comunitária” e uma “votação final”. A dinâmica, que lembra outros realities populares, culminaria com a entrega do prêmio final: a cidadania americana.
A cerimônia de naturalização do vencedor seria realizada nos degraus do Capitólio, em Washington, em um encerramento grandioso que simboliza a chegada ao topo do chamado “sonho americano”. Deu um bocejo aí? Pois é.
O programa cogita contar com apresentadores naturalizados americanos, como Sofia Vergara, Ryan Reynolds e Mila Kunis — celebridades queridas do público e que também viveram a experiência da imigração nos Estados Unidos.
Apesar da proposta ainda estar em análise, a repercussão foi imediata. Críticos apontam o risco de transformar um processo profundamente pessoal e burocrático — que envolve anos de espera e comprovações legais — em entretenimento de massa. Worsoff, por sua vez, tenta afastar comparações sombrias. “Isso não é Jogos Vorazes para imigrantes”, disse ele ao Wall Street Journal. “Não é como se, se você perder, será enviado de volta ao país de origem".
No X, antigo Twitter, muitos usuários também se assustaram com a proposta. "Isso é humilhante de tantas formas, sério. Que vergonha! Esse Trump é um maluco", escreveu uma pessoa na plataforma. "Virou Jogos Vorazes essa p*rra? Que loucura!", exclamou outra. "Não é possível que essa ideia seja verdade. Achei que era fake news ou qualquer coisa do tipo", expressou mais alguém.
O reality show foi inicialmente apresentado às administrações de Barack Obama e Joe Biden, mas não avançou nas gestões democratas. Agora, com a proposta nas mãos do governo Trump — conhecido por adotar medidas duras contra a imigração irregular — o projeto voltou ao radar e avança em conversas com o DHS e emissoras de TV.