






A influenciadora Virgínia Fonseca foi convocada para depor na CPI das Apostas Esportivas (a chamada "CPI das Bets") e, como esperado por muitos, transformou o ambiente institucional do Senado em um show à parte. Com falas apontadas por internautas como contraditórias, gafes constrangedoras e um certo ar de despreocupação diante da seriedade do tema, a empresária viralizou nas redes sociais por motivos controversos.
O perfil @metmidnights do X, antigo Twitter, separou alguns cortes embaraçosos. Confira 9 momentos constrangedores de Virgínia na CPI das Bets:
Ao chegar ao Senado, Virgínia parecia estar mais em um meet & greet do que prestes a depor numa comissão parlamentar. Usando moletom com a foto de uma das filhas, óculos escuros e seu inseparável copo Stanley rosa, ela abraçou senadores, acenou de longe e arrancou risadinhas dos presentes. O contraste com o ambiente institucional não passou despercebido: parecia tudo, menos um momento de esclarecimento público sobre apostas e publicidade.
Já em sua fala inicial, a apresentadora do Sabadou soltou: "Espero poder esclarecer todas as dúvidas hoje. Que Deus abençoe nossa audiência e bora pra cima!". A tentativa de espiritualizar o momento soou deslocada. O público no plenário reagiu com risos e a internet acompanhou o tom de piada.
Quando questionada por um senador sobre os possíveis impactos negativos da publicidade de apostas no endividamento da população, Virgínia reagiu com um constrangido: "Eu não consegui entender, desculpa". A pergunta era clara. A resposta, ou melhor, a falta dela, reforçou a falta de preparo para lidar com a responsabilidade de influenciar milhões de pessoas em temas delicados como jogos de azar.
O senador Cleitinho Azevedo protagonizou um dos momentos mais criticados da sessão. Além de declarar que "não estava ali para apontar o dedo", ele elogiou o pré-treino vendido por Virgínia, pediu vídeo para a esposa e a filha, e até uma foto com a influenciadora. O momento beirou o surreal: um representante do povo tratando uma depoente como estrela de camarim, em vez de exercer seu papel fiscalizador.
Em meio ao interrogatório, Virgínia pediu a palavra e disparou: "Posso te falar um negócio que eu acredito muito? Eu acredito na justiça de Deus. Eu não acredito que eu estou onde eu estou hoje à toa". O discurso religioso, usado como escudo, pouco contribuiu com o que realmente importava: esclarecer sua relação com empresas de apostas.
Questionada se achava que a legislação sobre apostas deveria ser aprimorada, respondeu com um enigma digno de meme: "Sim, eu acho que se for melhorar é melhor! Tudo o que for melhorar... a gente tá aí agregando sempre". A explicação confusa virou motivo de piada nas redes. Para muitos, o trecho resume bem a falta de domínio da pauta.
Em um momento que os internautas juram ter sido pensado para virar meme (ou não), Virgínia levou a boca ao microfone achando que era o canudo de seu copo Stanley. "Ó, ai não véi. Eu chupei o canu... o trem, achando que era canudo", cochichou, rindo, para quem estava ao lado. Nem roteirista da MTV escreveria algo tão simbólico para um país que confunde espetáculo com política!
Ao ser questionada se faria propaganda de drogas caso fossem legalizadas, Virgínia disse que não: "Eu não sou a favor de drogas. Eu não uso drogas, então eu não faria." A resposta escancarou a contradição moral de quem defende que não usa, então não promove, mas que lucra com apostas, apesar dos impactos sociais documentados. Afinal, se “não usa, não anuncia”, por que as bets são exceção?
A senadora Soraya Thronicke perguntou objetivamente: "Qual foi o maior valor que a senhora recebeu por uma campanha de apostas?". Virgínia, que até então falava sem filtros, ficou calada: "Eu me reservo no direito de ficar calada". O silêncio foi mais ruidoso do que qualquer resposta. E reforçou uma suspeita que paira sobre todo o escândalo: os lucros milionários da indústria de apostas com ajuda de rostos populares.
A sessão, que deveria ser um espaço de apuração, foi acusada de virar “circo” nas redes sociais. Um perfil no X resumiu o sentimento geral: "Virou circo mesmo, e os palhaços somos nós". E não dá para negar, não é!?
Entre “pré-treino”, orações, canudos imaginários e influenciadores blindados, a CPI das Bets parece cada vez mais longe de investigar e cada vez mais próxima de viralizar...